Como o exercício físico pode contribuir com minha saúde?
Os benefícios do exercício físico para a saúde são largamente conhecidos e documentados em diversos estudos científicos. A atividade física programada e, preferencialmente, respeitando a individualidade de cada um, tem papel fundamental na prevenção e também no tratamento de muitas doenças crônicas. Exercitar-se de forma regular e habitual tem impacto positivo:
- No metabolismo – perda de gordura corporal, melhora dos níveis de glicose e de lipídeos no sangue;
- No sistema cardiorrespiratório – efeito benéfico para a pressão arterial, para a circulação, para a capacidade respiratória;
- No sistema locomotor – menos dores relacionadas a postura, melhora do arco de movimento de diversas articulações;
- No aspecto psicossocial – combate a depressão e ansiedade, favorece interação social em muitos casos.
Tenho doença crônica, posso fazer exercícios?
Com certeza. Algum grau de exercício não somente é permitido como recomendado. Para diversas enfermidades, o exercício funciona como importante terapia adjuvante, desde que prescrito de forma correta e devidamente monitorado. À luz do conhecimento atual, são raros os casos em que o exercício físico é contraindicado, salvo por algumas situações temporárias. Desenvolvemos um Programa de Exercícios com Supervisão e Monitoramento, prescrito de forma individualizada, com base em avaliação prévia. Dada a prevalência de doenças cardiovasculares na população em geral, muitos pacientes são encaminhados para o Programa de Reabilitação Cardíaca, por seus cardiologistas e médicos-assistentes, em conformidade com as evidências de seus benefícios terapêuticos.
Qual o processo para participar dos Programas de Exercício Supervisionado?
Após o encaminhamento do paciente ao programa, ele é submetido a uma criteriosa avaliação médica, que consiste em consulta e testes. O paciente deve trazer seus exames – ao passo que outros podem ser solicitados para complementar a avaliação. É importante que estejam listados todos os medicamentos de uso regular, com suas respectivas doses. O paciente passa a frequentar a clínica para realizar sessões de exercício com supervisão multidisciplinar e monitoramento dos sinais vitais. Todas as informações ficam documentadas para possibilitar a geração de relatórios que visam a embasar a conduta terapêutica pelo médico-assistente.
Qual a duração dos Programas de Exercício Supervisionado?
Com base na avaliação, define-se o programa – duração (4 a 12 semanas); frequência semanal (2 ou 3 vezes) e a prescrição de exercícios – e segue-se um padrão inicial, com base nas informações obtidas durante o processo de avaliação. As sessões duram cerca de uma hora, respeitando os ciclos de adaptação, com incremento gradual até atingir a fase de manutenção. De acordo com cada caso, a necessidade de monitorização é definida (eletrocardiograma diário, semanal, mensal; glicemia capilar; saturação de oxigênio etc.).
A fase II da reabilitação cardíaca consiste em um período de 12 (doze) semanas – com o tempo variando de acordo com o caso específico de cada paciente. Há situações em que o programa pode durar um muito mais, e outras em que pode haver liberação para monitoramento à distância em um período mais curto. O programa de exercícios supervisionados é conduzido por uma equipe de saúde multidisciplinar: com médicos, profissionais de educação física, nutricionistas, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e psicólogos.
Ao final do período estipulado, o paciente é reavaliado para dimensionar sua evolução e definir se há condições de liberação para exercícios sem supervisão direta, sempre com a anuência do médico-assistente.
O que é Reabilitação Cardíaca?
É um programa ambulatorial personalizado que envolve atividade física e educação. O programa é desenhado para ajudar a melhorar a saúde e recuperar a condição cardíaca após um procedimento ou evento cardíaco. Durante o programa, o paciente aprende a se monitorar e a controlar os fatores de risco que colaboram com a progressão das doenças. A Reabilitação Cardíaca envolve condicionamento físico, suporte emocional e educativo acerca de mudanças no estilo de vida que reduzem o risco de doença cardiovascular, como uma alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado e parar de fumar.
O que é a abordagem multidisciplinar?
Trata-se da interação entre profissionais de diferentes áreas de atuação em saúde para atender às múltiplas necessidades dos pacientes. Em geral, envolvem-se médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de educação física, nutricionistas e psicólogos, complementando o trabalho para abordar diferentes aspectos do tratamento.
O que é Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica?
Compreende não só a abordagem cardiológica, mas a melhora do paciente como um todo. É muito frequente o paciente apresentar comorbidades (hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade etc.) quando é indicado o programa de Reabilitação – por meio da qual se busca otimizar a eficiência cardiopulmonar e metabólica dos pacientes, com vistas a controlar fatores de risco e melhorar a qualidade de vida.
Quais os objetivos destes programas de exercício? Há fundamento científico?
Os objetivos incluem o estabelecimento de um plano individualizado para ajudar a recuperar condição física, prevenindo piora do quadro clínico, reduzindo riscos de recidiva e melhorando o estado de saúde e a qualidade de vida.
Estudos demonstram que os programas de exercício e a reabilitação cardíaca podem reduzir o risco de morte cardiovascular e o risco de complicações cardíacas futuras. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda a reabilitação cardíaca em suas diretrizes (atualizadas em maio/2020).
A Care pauta sua conduta pelo documento da SBC e também por diretrizes da American Heart Association (AHA) e European Association of Preventive Cardiology (EAPC).
Em que situações é indicada a Reabilitação Cardíaca?
Trata-se de uma opção terapêutica para pessoas com diferentes manifestações de doença cardiovascular, como por exemplo:
- Infarto do miocárdio
- Doença arterial coronariana
- Insuficiência cardíaca
- Doença arterial periférica
- Dor torácica (angina)
- Cardiomiopatias
- Algumas cardiopatias congênitas
- Cirurgia de revascularização miocárdica (ponte de safena)
- Angioplastia e implante de stents
- Transplante cardíaco ou pulmonar
- Troca ou plastia de válvulas cardíacas
- Hipertensão pulmonar
Pessoas de todas as idades se beneficiam dos programas de exercícios supervisionados e de reabilitação cardíaca. Indivíduos menores de idade necessitam da autorização e acompanhamento dos responsáveis.
Existem riscos na prática de exercícios? Como são abordados?
Os riscos inerentes à prática de atividade física em pacientes cardiopatas são criteriosamente avaliados pela equipe médica, revendo a história clínica, realizando exame físico e testes para assegurar a elegibilidade dos pacientes para iniciar o programa de reabilitação. O índice de intercorrências em reabilitação cardíaca é universalmente muito baixo. As intercorrências mais comuns são relacionadas ao aparelho musculoesquelético, mas todas as precauções são tomadas no sentido de minimizar estes riscos. Há também um risco menor de complicações cardiovasculares. As principais complicações cardiovasculares durante o exercício em pacientes coronariopatas são o infarto agudo do miocárdio (1 morte para cada 294.000 pacientes-hora), a parada cardiorrespiratória (1 morte para cada 112.000 pacientes-hora) e a morte súbita (1 morte para cada 784.000 pacientes-hora)
Mais de 80% dos pacientes que sofreram uma parada cardiorrespiratória (em geral por fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular), em programas supervisionados de reabilitação cardíaca, foram ressuscitados com sucesso com desfibrilação imediata. Por isso, a equipe é treinada em Suporte Avançado de Vida (ACLS) e Suporte Básico de Vida (BLS). A clínica é dotada de equipamento e materiais para prestar pronto atendimento nos raros casos em que se faz necessário.
Tive um problema no coração, como devo proceder para integrar um programa de Reabilitação?
Se você teve um evento ou fez um procedimento cardíaco, ou ainda se há o diagnóstico de alguma condição clínica crônica que possa ser abordada com o auxílio terapêutico da atividade física supervisionada, pergunte ao seu médico sobre a possibilidade de entrar em um programa de reabilitação cardíaca.
Trata-se de um procedimento que consta no rol de procedimentos médicos da Associação Médica Brasileira (AMB) e que costuma ser coberto ou reembolsado pela maioria dos planos de saúde. Informe-se sobre se seu seguro saúde cobre ou reembolsa programas de reabilitação cardíaca.
Ao iniciar a reabilitação cardíaca, os médicos e a equipe multidisciplinar trabalharão para definir metas individuais. Desta forma, poderá ser criado um programa de reabilitação personalizado, levando em conta a individualidade dos pacientes. A reabilitação cardíaca começa ainda no ambiente hospitalar, e continua com programas monitorados em unidades extra-hospitalares, até que se reúnam condições para que os exercícios possam ser conduzidos em segurança, sem supervisão direta.
De que consiste o programa e como ele é feito?
- Avaliação médica: Com vistas a definir a elegibilidade do paciente para o programa, metas individuais, parâmetros de intensidade e frequência semanal. Durante a avaliação, a equipe de saúde vai averiguar seus fatores de risco para complicações cardíacas, especialmente durante o exercício. Isto ajuda a personalizar o programa para suas necessidades individuais, dentro do que se entende como seguro e eficaz.
- Atividade física: Tem o objetivo de melhorar a condição cardiorrespiratória, inicialmente com atividades de baixo impacto e intensidade moderada, com incremento gradual conforme a tolerância ao esforço. Também são prescritos exercícios de resistência muscular e de flexibilidade, com vistas a proteger as articulações e dar mais autonomia ao paciente em sua vida cotidiana. O programa é desenhado de forma individualizada, tanto para quem já pratica atividade física, quanto para quem sempre foi sedentário.
- Redefinição do estilo de vida: O programa também tem um componente educativo, no sentido de apoiar e incentivar mudanças saudáveis no estilo de vida, como adotar uma alimentação mais saudável, praticar exercícios com regularidade, manter peso e composição corporal saudáveis e cessar tabagismo. A equipe pode ajudar a gerenciar outras condições como pressão arterial, diabetes e dislipidemia. Deve-se manter as medicações prescritas pelo(a) médico(a)-assistente. A equipe médica estará à disposição para tirar dúvidas muito comuns nessa fase, tais como sobre atividade sexual, por exemplo.
- Apoio emocional: A adaptação a problemas sérios de saúde geralmente leva tempo, o que pode gerar quadros depressivos ou de ansiedade quanto ao que pode ser feito após o evento ou procedimento médico. Também há uma mudança significativa na rotina do paciente, como afastamento do trabalho, e limitação temporária para determinadas atividades. Estas situações não devem ser ignoradas, é importante reconhecer um quadro depressivo, por exemplo, para abordar da melhor maneira possível para não impactar de forma tão negativa a vida pessoal.
Uma orientação especializada pode ajudar a aprender maneiras saudáveis de lidar com depressão e outros sentimentos. Seu médico pode prescrever medicações específicas. Terapias ocupacionais e alternativas podem ensinar novas técnicas para o retorno à normalidade no menor tempo possível. Apesar das dificuldades em iniciar um programa de atividade física quando se está doente, os benefícios aparecem no médio prazo. A reabilitação cardíaca ajuda a combater o medo e a ansiedade ao retomar um estilo de vida mais ativo, mais motivado e com energia para se fazer o que gosta.
A reabilitação cardíaca pode ajudar a reconstruir sua vida, tanto do ponto de vista físico quanto do emocional. Conforme se vai ganhando força e se aprende a manejar seu quadro clínico, reúnem-se as condições para o retorno a uma rotina normal, com novos hábitos saudáveis.
Importante: o sucesso do programa de reabilitação cardíaca depende em larga medida do próprio paciente. Quanto mais dedicado e inclinado a seguir as orientações, melhores os resultados.
E ao final do programa o que acontece?
Com o encerramento do programa de reabilitação, o paciente deve ter desenvolvido a consciência da necessidade de manter uma alimentação balanceada, uma rotina de exercícios e outros hábitos saudáveis para manter os benefícios da saúde do seu coração. O objetivo é que, ao final do programa, o paciente se sinta confiante para fazer exercícios sozinho e preparado para manter um estilo de vida com mais saúde. Para isso, é realizada uma reavaliação para que se quantifique sua evolução no programa. Com os critérios de melhora alcançados, e com a certeza da redução significativa de riscos, você será encorajado a seguir com os exercícios por conta própria ou mesmo com monitoramento à distância.
Ao completar o programa, a Care ajuda no processo de transição para atividade física domiciliar ou em academia, fornecendo recursos para auxiliar na manutenção de um estilo de vida saudável e prontificando-se a avaliar periodicamente para atualizar os parâmetros dos exercícios.
O que esperar dos resultados do programa de exercícios?
Os resultados somente são alcançados com a regularidade da prática dos exercícios. Não basta fazer por um período e abandonar o hábito. Assim, recomenda-se buscar a atividade que mais lhe agrade, a fim de impulsionar essa frequência. Durante o programa, o paciente aprende a se monitorar e a fazer atividade física dentro da sua zona de segurança. Após o período previsto, é esperado que já se tenha desenvolvido sua própria rotina de exercícios para ser conduzida em casa ou mesmo em uma academia.
Pode ser que seja recomendado continuar o programa sob supervisão médica, dependendo do grau de risco de cada caso. Por isso a reavaliação se faz necessária, assim como o alinhamento com o médico-assistente. A ideia é absorver os conceitos e adotar as práticas saudáveis para a vida toda.
No longo prazo, é desejável que o paciente:
- Ganhe força;
- Aprenda hábitos saudáveis;
- Abandone hábitos prejudiciais à saúde;
- Controle seu peso corporal;
- Descubra formas de gerenciar seu estresse;
- Aprenda a conviver com sua condição clínica;
- Reduza os fatores de risco para sua(s) doença(s).
Um dos benefícios mais valiosos de um programa de reabilitação cardíaca, por exemplo, é a melhora da qualidade de vida. Com bons resultados colhidos no programa de exercícios, é comum o paciente terminar o programa sentindo-se ainda melhor do que antes de ter tido o evento ou passado pelo procedimento cardíaco.
Meu plano de saúde cobre o programa de exercícios e as avaliações?
O programa e as avaliações são cobrados em caráter particular. No entanto, há previsão de reembolso para a grande maioria dos planos de saúde. Os procedimentos (consultas, exames e sessões de exercícios) constam no rol de procedimentos médicos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com cobertura prevista pelos planos de saúde. Procure saber com nossos colaboradores como funciona o processo de solicitação de reembolso. Estamos estruturados para facilitar esses trâmites.
Tive Covid-19, posso fazer exercícios? Algum cuidado especial deve ser tomado?
A pandemia de Covid-19 suscitou muitas dúvidas acerca do retorno à prática de exercícios após a infecção. A doença se manifesta de forma variada, e há importante acometimento cardiovascular em muitos casos. Cada situação deve ser avaliada criteriosamente, e já existem protocolos para orientar o retorno às atividades com minimização dos riscos inerentes às complicações até aqui conhecidas. O monitoramento deve ser cuidadoso e específico para cada paciente.
A avaliação pré-participação no programa se torna ainda mais fundamental, para que se estabeleça um plano de abordagem dependendo do grau de acometimento e dos sistemas atingidos pela infecção.
É importante lembrar que todos os cuidados estão sendo tomados com relação à pandemia pela clínica: regras de não-aglomeração, higiene, uso de máscaras etc. Seguimos atentamente a dinâmica da mudança nos protocolos conforme evolui o conhecimento da doença e o controle epidemiológico.
O que são os “testes funcionais” e o que avaliam?
Testes que avaliam diferentes funções e valências da compleição física. Com isso, o paciente passa por diversas avaliações antes de entrar em um programa de exercícios. São realizados*:
- Avaliação da composição corporal, em balança de bioimpedância;
- Teste ergométrico em esteira (para avaliar respostas eletrocardiográficas, clínicas e hemodinâmicas);
- Teste de equilíbrio e coordenação, conhecido também como “sentar-e-levantar”, cuja importância é inclusive prognóstica;
- Teste de flexibilidade (avaliando 20 movimentos, abrangendo todas as grandes articulações);
- Teste de força de pressão manual (hand-grip);
- Teste cardiopulmonar de esforço (acresce ao teste ergométrico a análise dos gases expirados, de grande serventia para enriquecer a informação acerca da capacidade física)**
*Todos os testes têm validação científica e servem de base para a prescrição de exercícios
**No momento, em face da pandemia do Covid-19, este exame não está sendo realizado
Devo continuar tomando minhas medicações para fazer exercícios? E quanto à minha alimentação?
As medicações não devem ser interrompidas. O ideal é que se mantenha o esquema de medicação no dia da avaliação. Exceto se seu médico fizer alguma modificação de dose ou mesmo de remédio, o que deve ser imediatamente informado para que nossa equipe atualize sua prescrição em sua ficha.
Quanto à alimentação, o ideal é que o paciente se alimente até uma hora (1h) antes da sessão, com refeição leve – é recomendado sempre evitar qualquer exercício físico em jejum. A ideia geral é procurar manter uma rotina normal para praticar exercícios.
Na Care, em sua parceira G2Health, temos também nutricionistas, cujo trabalho é definir um programa de alimentação balanceado, voltado às necessidades particulares de cada indivíduo.
Como devo me vestir? Há possibilidade de tomar banho após o exercício?
O ideal é que se usem roupas leves e confortáveis, que permitam a liberdade de movimentos. O tênis é o calçado adequado para a prática de exercícios. Mulheres devem sempre optar por usar um “top” de ginástica, para os dias em que se realizará monitorização com eletrocardiograma.
A clínica dispõe de armários e chuveiro disponíveis para seus pacientes – basta trazer toalha e roupa para troca após a sessão de exercícios.
O que fazer nos dias em que não estiver me sentindo bem para o exercício?
Caso não esteja se sentindo bem, comunique à clínica por telefone antes de vir. Caso chegue aqui com algum mal-estar, comunique à equipe imediatamente e conte tudo o que está sentindo. Caso sinta qualquer sintoma de desconforto durante o exercício, comunique imediatamente à equipe (mesmo que você julgue não ser nada grave). Aqui procuramos valorizar qualquer sintoma, até que se esclareça o quadro, para reforçar a segurança de todos.
Como o exercício físico pode contribuir com minha saúde?
Os benefícios do exercício físico para a saúde são largamente conhecidos e documentados em diversos estudos científicos. A atividade física programada e, preferencialmente, respeitando a individualidade de cada um, tem papel fundamental na prevenção e também no tratamento de muitas doenças crônicas. Exercitar-se de forma regular e habitual tem impacto positivo:
- No metabolismo – perda de gordura corporal, melhora dos níveis de glicose e de lipídeos no sangue;
- No sistema cardiorrespiratório – efeito benéfico para a pressão arterial, para a circulação, para a capacidade respiratória;
- No sistema locomotor – menos dores relacionadas a postura, melhora do arco de movimento de diversas articulações;
- No aspecto psicossocial – combate a depressão e ansiedade, favorece interação social em muitos casos.
Tenho doença crônica, posso fazer exercícios?
Com certeza. Algum grau de exercício não somente é permitido como recomendado. Para diversas enfermidades, o exercício funciona como importante terapia adjuvante, desde que prescrito de forma correta e devidamente monitorado. À luz do conhecimento atual, são raros os casos em que o exercício físico é contraindicado, salvo por algumas situações temporárias. Desenvolvemos um Programa de Exercícios com Supervisão e Monitoramento, prescrito de forma individualizada, com base em avaliação prévia. Dada a prevalência de doenças cardiovasculares na população em geral, muitos pacientes são encaminhados para o Programa de Reabilitação Cardíaca, por seus cardiologistas e médicos-assistentes, em conformidade com as evidências de seus benefícios terapêuticos.
Qual o processo para participar dos Programas de Exercício Supervisionado?
Após o encaminhamento do paciente ao programa, ele é submetido a uma criteriosa avaliação médica, que consiste em consulta e testes. O paciente deve trazer seus exames – ao passo que outros podem ser solicitados para complementar a avaliação. É importante que estejam listados todos os medicamentos de uso regular, com suas respectivas doses. O paciente passa a frequentar a clínica para realizar sessões de exercício com supervisão multidisciplinar e monitoramento dos sinais vitais. Todas as informações ficam documentadas para possibilitar a geração de relatórios que visam a embasar a conduta terapêutica pelo médico-assistente.
Qual a duração dos Programas de Exercício Supervisionado?
Com base na avaliação, define-se o programa – duração (4 a 12 semanas); frequência semanal (2 ou 3 vezes) e a prescrição de exercícios – e segue-se um padrão inicial, com base nas informações obtidas durante o processo de avaliação. As sessões duram cerca de uma hora, respeitando os ciclos de adaptação, com incremento gradual até atingir a fase de manutenção. De acordo com cada caso, a necessidade de monitorização é definida (eletrocardiograma diário, semanal, mensal; glicemia capilar; saturação de oxigênio etc.).
A fase II da reabilitação cardíaca consiste em um período de 12 (doze) semanas – com o tempo variando de acordo com o caso específico de cada paciente. Há situações em que o programa pode durar um muito mais, e outras em que pode haver liberação para monitoramento à distância em um período mais curto. O programa de exercícios supervisionados é conduzido por uma equipe de saúde multidisciplinar: com médicos, profissionais de educação física, nutricionistas, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e psicólogos.
Ao final do período estipulado, o paciente é reavaliado para dimensionar sua evolução e definir se há condições de liberação para exercícios sem supervisão direta, sempre com a anuência do médico-assistente.
O que é Reabilitação Cardíaca?
É um programa ambulatorial personalizado que envolve atividade física e educação. O programa é desenhado para ajudar a melhorar a saúde e recuperar a condição cardíaca após um procedimento ou evento cardíaco. Durante o programa, o paciente aprende a se monitorar e a controlar os fatores de risco que colaboram com a progressão das doenças. A Reabilitação Cardíaca envolve condicionamento físico, suporte emocional e educativo acerca de mudanças no estilo de vida que reduzem o risco de doença cardiovascular, como uma alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado e parar de fumar.
O que é a abordagem multidisciplinar?
Trata-se da interação entre profissionais de diferentes áreas de atuação em saúde para atender às múltiplas necessidades dos pacientes. Em geral, envolvem-se médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de educação física, nutricionistas e psicólogos, complementando o trabalho para abordar diferentes aspectos do tratamento.
O que é Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica?
Compreende não só a abordagem cardiológica, mas a melhora do paciente como um todo. É muito frequente o paciente apresentar comorbidades (hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade etc.) quando é indicado o programa de Reabilitação – por meio da qual se busca otimizar a eficiência cardiopulmonar e metabólica dos pacientes, com vistas a controlar fatores de risco e melhorar a qualidade de vida.
Quais os objetivos destes programas de exercício? Há fundamento científico?
Os objetivos incluem o estabelecimento de um plano individualizado para ajudar a recuperar condição física, prevenindo piora do quadro clínico, reduzindo riscos de recidiva e melhorando o estado de saúde e a qualidade de vida.
Estudos demonstram que os programas de exercício e a reabilitação cardíaca podem reduzir o risco de morte cardiovascular e o risco de complicações cardíacas futuras. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda a reabilitação cardíaca em suas diretrizes (atualizadas em maio/2020).
A Care pauta sua conduta pelo documento da SBC e também por diretrizes da American Heart Association (AHA) e European Association of Preventive Cardiology (EAPC).
Em que situações é indicada a Reabilitação Cardíaca?
Trata-se de uma opção terapêutica para pessoas com diferentes manifestações de doença cardiovascular, como por exemplo:
- Infarto do miocárdio
- Doença arterial coronariana
- Insuficiência cardíaca
- Doença arterial periférica
- Dor torácica (angina)
- Cardiomiopatias
- Algumas cardiopatias congênitas
- Cirurgia de revascularização miocárdica (ponte de safena)
- Angioplastia e implante de stents
- Transplante cardíaco ou pulmonar
- Troca ou plastia de válvulas cardíacas
- Hipertensão pulmonar
Pessoas de todas as idades se beneficiam dos programas de exercícios supervisionados e de reabilitação cardíaca. Indivíduos menores de idade necessitam da autorização e acompanhamento dos responsáveis.
Existem riscos na prática de exercícios? Como são abordados?
Os riscos inerentes à prática de atividade física em pacientes cardiopatas são criteriosamente avaliados pela equipe médica, revendo a história clínica, realizando exame físico e testes para assegurar a elegibilidade dos pacientes para iniciar o programa de reabilitação. O índice de intercorrências em reabilitação cardíaca é universalmente muito baixo. As intercorrências mais comuns são relacionadas ao aparelho musculoesquelético, mas todas as precauções são tomadas no sentido de minimizar estes riscos. Há também um risco menor de complicações cardiovasculares. As principais complicações cardiovasculares durante o exercício em pacientes coronariopatas são o infarto agudo do miocárdio (1 morte para cada 294.000 pacientes-hora), a parada cardiorrespiratória (1 morte para cada 112.000 pacientes-hora) e a morte súbita (1 morte para cada 784.000 pacientes-hora)
Mais de 80% dos pacientes que sofreram uma parada cardiorrespiratória (em geral por fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular), em programas supervisionados de reabilitação cardíaca, foram ressuscitados com sucesso com desfibrilação imediata. Por isso, a equipe é treinada em Suporte Avançado de Vida (ACLS) e Suporte Básico de Vida (BLS). A clínica é dotada de equipamento e materiais para prestar pronto atendimento nos raros casos em que se faz necessário.
Tive um problema no coração, como devo proceder para integrar um programa de Reabilitação?
Se você teve um evento ou fez um procedimento cardíaco, ou ainda se há o diagnóstico de alguma condição clínica crônica que possa ser abordada com o auxílio terapêutico da atividade física supervisionada, pergunte ao seu médico sobre a possibilidade de entrar em um programa de reabilitação cardíaca.
Trata-se de um procedimento que consta no rol de procedimentos médicos da Associação Médica Brasileira (AMB) e que costuma ser coberto ou reembolsado pela maioria dos planos de saúde. Informe-se sobre se seu seguro saúde cobre ou reembolsa programas de reabilitação cardíaca.
Ao iniciar a reabilitação cardíaca, os médicos e a equipe multidisciplinar trabalharão para definir metas individuais. Desta forma, poderá ser criado um programa de reabilitação personalizado, levando em conta a individualidade dos pacientes. A reabilitação cardíaca começa ainda no ambiente hospitalar, e continua com programas monitorados em unidades extra-hospitalares, até que se reúnam condições para que os exercícios possam ser conduzidos em segurança, sem supervisão direta.
De que consiste o programa e como ele é feito?
- Avaliação médica: Com vistas a definir a elegibilidade do paciente para o programa, metas individuais, parâmetros de intensidade e frequência semanal. Durante a avaliação, a equipe de saúde vai averiguar seus fatores de risco para complicações cardíacas, especialmente durante o exercício. Isto ajuda a personalizar o programa para suas necessidades individuais, dentro do que se entende como seguro e eficaz.
- Atividade física: Tem o objetivo de melhorar a condição cardiorrespiratória, inicialmente com atividades de baixo impacto e intensidade moderada, com incremento gradual conforme a tolerância ao esforço. Também são prescritos exercícios de resistência muscular e de flexibilidade, com vistas a proteger as articulações e dar mais autonomia ao paciente em sua vida cotidiana. O programa é desenhado de forma individualizada, tanto para quem já pratica atividade física, quanto para quem sempre foi sedentário.
- Redefinição do estilo de vida: O programa também tem um componente educativo, no sentido de apoiar e incentivar mudanças saudáveis no estilo de vida, como adotar uma alimentação mais saudável, praticar exercícios com regularidade, manter peso e composição corporal saudáveis e cessar tabagismo. A equipe pode ajudar a gerenciar outras condições como pressão arterial, diabetes e dislipidemia. Deve-se manter as medicações prescritas pelo(a) médico(a)-assistente. A equipe médica estará à disposição para tirar dúvidas muito comuns nessa fase, tais como sobre atividade sexual, por exemplo.
- Apoio emocional: A adaptação a problemas sérios de saúde geralmente leva tempo, o que pode gerar quadros depressivos ou de ansiedade quanto ao que pode ser feito após o evento ou procedimento médico. Também há uma mudança significativa na rotina do paciente, como afastamento do trabalho, e limitação temporária para determinadas atividades. Estas situações não devem ser ignoradas, é importante reconhecer um quadro depressivo, por exemplo, para abordar da melhor maneira possível para não impactar de forma tão negativa a vida pessoal.
Uma orientação especializada pode ajudar a aprender maneiras saudáveis de lidar com depressão e outros sentimentos. Seu médico pode prescrever medicações específicas. Terapias ocupacionais e alternativas podem ensinar novas técnicas para o retorno à normalidade no menor tempo possível. Apesar das dificuldades em iniciar um programa de atividade física quando se está doente, os benefícios aparecem no médio prazo. A reabilitação cardíaca ajuda a combater o medo e a ansiedade ao retomar um estilo de vida mais ativo, mais motivado e com energia para se fazer o que gosta.
A reabilitação cardíaca pode ajudar a reconstruir sua vida, tanto do ponto de vista físico quanto do emocional. Conforme se vai ganhando força e se aprende a manejar seu quadro clínico, reúnem-se as condições para o retorno a uma rotina normal, com novos hábitos saudáveis.
Importante: o sucesso do programa de reabilitação cardíaca depende em larga medida do próprio paciente. Quanto mais dedicado e inclinado a seguir as orientações, melhores os resultados.
E ao final do programa o que acontece?
Com o encerramento do programa de reabilitação, o paciente deve ter desenvolvido a consciência da necessidade de manter uma alimentação balanceada, uma rotina de exercícios e outros hábitos saudáveis para manter os benefícios da saúde do seu coração. O objetivo é que, ao final do programa, o paciente se sinta confiante para fazer exercícios sozinho e preparado para manter um estilo de vida com mais saúde. Para isso, é realizada uma reavaliação para que se quantifique sua evolução no programa. Com os critérios de melhora alcançados, e com a certeza da redução significativa de riscos, você será encorajado a seguir com os exercícios por conta própria ou mesmo com monitoramento à distância.
Ao completar o programa, a Care ajuda no processo de transição para atividade física domiciliar ou em academia, fornecendo recursos para auxiliar na manutenção de um estilo de vida saudável e prontificando-se a avaliar periodicamente para atualizar os parâmetros dos exercícios.
O que esperar dos resultados do programa de exercícios?
Os resultados somente são alcançados com a regularidade da prática dos exercícios. Não basta fazer por um período e abandonar o hábito. Assim, recomenda-se buscar a atividade que mais lhe agrade, a fim de impulsionar essa frequência. Durante o programa, o paciente aprende a se monitorar e a fazer atividade física dentro da sua zona de segurança. Após o período previsto, é esperado que já se tenha desenvolvido sua própria rotina de exercícios para ser conduzida em casa ou mesmo em uma academia.
Pode ser que seja recomendado continuar o programa sob supervisão médica, dependendo do grau de risco de cada caso. Por isso a reavaliação se faz necessária, assim como o alinhamento com o médico-assistente. A ideia é absorver os conceitos e adotar as práticas saudáveis para a vida toda.
No longo prazo, é desejável que o paciente:
- Ganhe força;
- Aprenda hábitos saudáveis;
- Abandone hábitos prejudiciais à saúde;
- Controle seu peso corporal;
- Descubra formas de gerenciar seu estresse;
- Aprenda a conviver com sua condição clínica;
- Reduza os fatores de risco para sua(s) doença(s).
Um dos benefícios mais valiosos de um programa de reabilitação cardíaca, por exemplo, é a melhora da qualidade de vida. Com bons resultados colhidos no programa de exercícios, é comum o paciente terminar o programa sentindo-se ainda melhor do que antes de ter tido o evento ou passado pelo procedimento cardíaco.
Meu plano de saúde cobre o programa de exercícios e as avaliações?
O programa e as avaliações são cobrados em caráter particular. No entanto, há previsão de reembolso para a grande maioria dos planos de saúde. Os procedimentos (consultas, exames e sessões de exercícios) constam no rol de procedimentos médicos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com cobertura prevista pelos planos de saúde. Procure saber com nossos colaboradores como funciona o processo de solicitação de reembolso. Estamos estruturados para facilitar esses trâmites.
Tive Covid-19, posso fazer exercícios? Algum cuidado especial deve ser tomado?
A pandemia de Covid-19 suscitou muitas dúvidas acerca do retorno à prática de exercícios após a infecção. A doença se manifesta de forma variada, e há importante acometimento cardiovascular em muitos casos. Cada situação deve ser avaliada criteriosamente, e já existem protocolos para orientar o retorno às atividades com minimização dos riscos inerentes às complicações até aqui conhecidas. O monitoramento deve ser cuidadoso e específico para cada paciente.
A avaliação pré-participação no programa se torna ainda mais fundamental, para que se estabeleça um plano de abordagem dependendo do grau de acometimento e dos sistemas atingidos pela infecção.
É importante lembrar que todos os cuidados estão sendo tomados com relação à pandemia pela clínica: regras de não-aglomeração, higiene, uso de máscaras etc. Seguimos atentamente a dinâmica da mudança nos protocolos conforme evolui o conhecimento da doença e o controle epidemiológico.
O que são os “testes funcionais” e o que avaliam?
Testes que avaliam diferentes funções e valências da compleição física. Com isso, o paciente passa por diversas avaliações antes de entrar em um programa de exercícios. São realizados*:
- Avaliação da composição corporal, em balança de bioimpedância;
- Teste ergométrico em esteira (para avaliar respostas eletrocardiográficas, clínicas e hemodinâmicas);
- Teste de equilíbrio e coordenação, conhecido também como “sentar-e-levantar”, cuja importância é inclusive prognóstica;
- Teste de flexibilidade (avaliando 20 movimentos, abrangendo todas as grandes articulações);
- Teste de força de pressão manual (hand-grip);
- Teste cardiopulmonar de esforço (acresce ao teste ergométrico a análise dos gases expirados, de grande serventia para enriquecer a informação acerca da capacidade física)**
*Todos os testes têm validação científica e servem de base para a prescrição de exercícios;
**No momento, em face da pandemia do Covid-19, este exame não está sendo realizado
Devo continuar tomando minhas medicações para fazer exercícios? E quanto à minha alimentação?
As medicações não devem ser interrompidas. O ideal é que se mantenha o esquema de medicação no dia da avaliação. Exceto se seu médico fizer alguma modificação de dose ou mesmo de remédio, o que deve ser imediatamente informado para que nossa equipe atualize sua prescrição em sua ficha.
Quanto à alimentação, o ideal é que o paciente se alimente até uma hora (1h) antes da sessão, com refeição leve – é recomendado sempre evitar qualquer exercício físico em jejum. A ideia geral é procurar manter uma rotina normal para praticar exercícios.
Na Care, em sua parceira G2Health, conta também com nutricionistas, cujo trabalho é definir um programa de alimentação balanceado, voltado às necessidades particulares de cada indivíduo.
Como devo me vestir? Há possibilidade de tomar banho após o exercício?
O ideal é que se usem roupas leves e confortáveis, que permitam a liberdade de movimentos. O tênis é o calçado adequado para a prática de exercícios.
Mulheres devem sempre optar por usar um “top” de ginástica, para os dias em que se realizará monitorização com eletrocardiograma.
A clínica dispõe de armários e chuveiro disponíveis para seus pacientes – basta trazer toalha e roupa para troca após a sessão de exercícios.
O que fazer nos dias em que não estiver me sentindo bem para o exercício?
Caso não esteja se sentindo bem, comunique à clínica por telefone antes de vir. Caso chegue aqui com algum mal-estar, comunique à equipe imediatamente e conte tudo o que está sentindo. Caso sinta QUALQUER sintoma de desconforto durante o exercício, comunique imediatamente à equipe (mesmo que você julgue não ser nada grave). Aqui procuramos valorizar qualquer sintoma, até que se esclareça o quadro, para reforçar a segurança de todos.